sexta-feira, 1 de maio de 2015

CAMPINA GRANDE VAI QUEBRAR!

CAMPINA GRANDE VAI QUEBRAR!
A reunião realizada esta semana pelo Ministério Público da Paraíba evidenciou ainda mais o que os políticos já sabem há muito tempo, o setor produtivo finalmente está reconhecendo e o povo, como sempre, ainda não tem a exata noção: CAMPINA GRANDE ESTÁ À BEIRA DO CAOS.
Neste momento, o açude que abastece a cidade tem, no máximo, 19% de sua capacidade. No máximo porque há anos não se faz uma batimetria que confirme a real capacidade do reservatório e quanto o assoreamento diminuiu de sua capacidade oficial. Pode ser 15%. Pode ser menos...
Não bastasse isso, as noites são barulhentas às margens do boqueirão, com centenas de bombas varando a madrugada, roubando água para as plantações marginais com a concordância tácita da Agência Nacional de Águas, que não faz nada para impedir a operação criminosa.
Caso não haja chuvas milagrosas até lá - o tão esperado Plano "D", de Deus, dos políticos - em outubro será iniciado o bombeamento da conhecida "água de porão", que lá em SP chamam de "volume morto" e que aqui também seria justamente definida assim, pois é a água mais suja do açude e contém, provavelmente, altíssimos índices de substâncias prejudiciais à saúde, graças aos agrotóxicos utilizados nas plantações ao seu redor ao longo das últimas décadas.
Embora fique muito claro que o problema da crise no abastecimento de água de Campina Grande foi ocasionado por falhas gravíssimas de gestão, não cabe nesse momento apontar culpados, mas buscar soluções.
Também não cabe eleger porta-vozes. Essa questão não é mais de interesse apenas dos que não têm dinheiro pra água mineral, cisternas, caixas d´água ou poços que garantam o consumo até a próxima chuva.
No caminho em que estamos, a crise afetará do mais poderoso ao mais necessitado. Os mais ricos, principalmente, precisam entender que numa cidade sem água não há comércio, indústria ou prestação de serviços.
Mesmo que seu negócio não dependa de água para funcionar, os negócios de grande parte dos seus clientes devem depender e se eles quebrarem você quebra junto.
Nem donos de carros pipa podem ganhar com o colapso, pois não é viável trazer água de tão longe e o grande volume de tráfego destruiria nossas estradas rapidamente, aumentando os custos e eliminando o lucro.
Em primeiro lugar é preciso reconhecer que essa guerra não é jurídica, pois nenhuma instância do poder judiciário no país conseguirá forçar o governo central a cumprir sua palavra e acelerar as obras da transposição de águas do São Francisco. Também não é uma guerra política, pois, igualmente, as relações dos governos e bancadas locais com o Planalto impedem nossos gestores e legisladores de gritar na altura necessária contra aqueles que dizimaram os rebanhos do semiárido nordestino e agora caminham para inviabilizar economicamente nossas cidades.
O que nos resta, nesse cenário, é uma guerra de opinião pública.
Campina Grande e todas as cidades paraibanas em iminente ou atual colapso hídrico precisam se unir e mostrar de maneira muito clara que não aceitam mais esse jogo de disse-me-disse. Acreditaremos na viabilidade da transposição quando a água chegar às nossas torneiras. Nem um segundo antes.
Enquanto isso, que se façam as obras emergenciais necessárias, como fez e continua fazendo São Paulo, sob pressão e vigilância direta e permanente da população.
E é a nossa população, através de suas entidades representativas ou de maneira direta, que deve mostrar da maneira mais ostensiva possível sua insatisfação diante da imobilidade ou irresponsabilidade de nossos políticos. Vamos forçar quem hoje prefere não se indispor com a ANA, com o Ministério da Integração Nacional e com o Palácio do Planalto a não querer se indispor com o POVO.
Vamos obrigar nossos políticos a mostrarem, na prática, o que têm feito, administrativa e politicamente para deixar claro que a população não pode mais esperar e que a cidade mais importante do interior do Nordeste não pode simplesmente se mudar para o litoral e fechar as portas das fábricas, lojas, empresas, escolas, hospitais, universidades...
Não queremos cobrar a água daqueles que efetivamente não podem nos dar, mas precisamos mostrar a eles que ou eles estão do nosso lado ou estão contra nós. E nós contra eles.
Vamos transformar a ÁGUA na principal pauta da próxima eleição. Quem FEZ - não quem prometer fazer - algo de significativo por essa causa será digno de nossos votos. Quem não fez, vai morrer de sede. De voto.

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